sexta-feira, 1 de abril de 2011

6ª série: Ainda sobre o modo imperativo


Agora você vai ler um trecho da crônica “O que você deve fazer”, de Carlos Drummond de Andrade, e observar que, ao utilizar a fórmula dos anúncios publicitários, principalmente empregando o imperativo para promover produtos que não servem para nada, o autor critica o bombardeio da publicidade sobre o ser humano.
"O que você deve fazer"
Carlos Drummond de Andrade
(Se for leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio,
obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.)
Consuma aveia, como experiência, durante 30 anos.
Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta.
Livre-se do complexo de magreza, usando Koxkoax hoje mesmo.
Procure nosso revendedor autorizado.
Economize servindo a garrafa monstro de Lero-Lero.
Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete.
Tenha sempre a mão um comprimido de leite de magnólia.
Resolva de uma vez o problema de seu assoalho, aplicando-lhe Sintaxe.
Use somente peças originais, para o funcionamento ideal do seu W.Y.Z.
Tenha sempre à mão uma caixa de adesivos plásticos.
Faça o curso de madureza por correspondência.
Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profissão de relojoeiro. [...]
Fonte: “A bolsa & a vida”. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973. p. 1032.)

1- Agora pense sobre o que acabou de ler. Você acha que a publicidade manipula o homem?

2- O que os verbos, no modo imperativo, indicam no texto: ordem, pedido ou conselho?

Postem as respostas nos comentários!!!

Um comentário: